Medo infantil: o que é e porque surge?
A maioria dos medos infantis são transitórios e característicos de determinadas fases de desenvolvimento. O medo é uma emoção primária, comum a todos os animais, que nos protege do perigo, preparando o nosso corpo para lutar ou fugir. A forma, intensidade e expressão dos medos variam consoante a criança, sua personalidade e contexto. Alguns medos derivam da experiência direta (ser mordido por um cão), da observação (o pai aflito sempre que vê um relâmpago) ou de pensamentos (“e se há monstros debaixo da cama?”).
Medos mais comuns na infância (por idades):
Os medos mais comuns nas crianças pequenas têm origem nas suas fantasias, já que tendem a confundir realidade e imaginação (a sombra de uma árvore pode transformar-se na silhueta de um ladrão).
Até aos 12meses, o bebé tem medo de estímulos intensos (sons…) e de pessoas estranhas.
Dos 2 aos 4 anos, têm medos de animais, máscaras, monstros e do escuro.
Dos 4 aos 6 surge o medo das bruxas, fantasmas, catástrofes, separação dos pais ou até mesmo de cortar o cabelo, pois ainda não sabem que situações provocam ou não dor. Entre os 6 e os 12 anos, há o medo das tempestades, médicos, monstros, ferimentos, ladrões, doenças, acidentes, conflitos parentais e desempenho escolar.
A partir desta idade, os medos direcionam-se para questões sociais (medo de não ser aceite nos grupos…), às autoavaliações (aparência física, identidade), e a eventos com repercussão mundial (medo de guerras…).
Quando procurar ajuda?
Deve procurar ajuda quando a resposta de medo já não é expectável para a idade ou é demasiado intensa – manifestações fisiológicas (dor de barriga, alterações de sono…) e/ou comportamentais (agressividade, inibição…) – interferindo com bem-estar da criança.
O papel da psicologia é normalizar o medo, através da psicoeducação e aconselhamento individualizado às crianças e famílias. Destaca-se a importância de saber escutar, identificar e validar o medo da criança, comunicar de forma ajustada ao nível de compreensão/ idade da criança, modelar comportamentos que transmitam segurança sem superproteger, e brincar, treinando competências para enfrentar os seus medos.
Sugestões de Livros
As histórias são excelentes aliadas quando falamos de crianças, pelo que se seguem sugestões como: “Livro dos medos”, “O Cuquedo e os pequenos aprendizes do medo”, “Os medos não duram para sempre”, “As emoções do Gastão: estou com medo”, “O livro com medo”, “A mata dos medos”, “O lobo que tinha medo da sua sombra”, “O medo”, “Maria mete medo”, “Quem tem medo do escuro?” e “Anda daí medo”!
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Diana Simões
Psicóloga